Uma das mais belas paisagens pantaneiras é a Serra do Amolar: formação rochosa localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia, entre Cáceres (MT) e Corumbá (MS). É a maior em altitude e extensão (80 km). No entorno da Serra do Amolar estão, no Brasil, o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense e três Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPNs. Na Bolívia, existem o Parque Nacional de Otuquis e a Área Natural de Manejo Integrado San Matías.
A Serra, considerada como uma área prioritária para conservação, faz parte do Maciço do Amolar que inclui também a Ilha Ínsua e as morrarias Novos Dourado, Santa Tereza, Castelo e outras. O Maciço regula a umidade local, beneficiando a vida de suas florestas que servem de abrigo para animais que fogem das águas durante a cheia pantaneira.
Na região, antes da chegada dos colonizadores europeus em 1524, ao longo dos rios, viveram os povos indígenas das etnias Guató, Bororo, Chamacoco, Kadiwéu e Terena. Dentre as etnias que habitaram o Pantanal desde há 8 mil anos os Guató são hoje os últimos remanescentes dos povos canoeiros, vivendo na Ilha Ínsua e na periferia de Corumbá.
Já no fim do século XIX e início do século XX, o rio Paraguai se destacou como importante via de navegação comercial no mundo, interligando as cidades pantaneiras à Bacia do Prata, e a cidades portuárias da Europa, o que trouxe crescimento econômico significativo para Corumbá. Nesta época, dezenas de famílias da Vila do Amolar ajudavam no desenvolvimento local produzindo rapadura, farinha de mandioca e caçando animais silvestres para comercialização. Na década de 1960, com mudanças na legislação, a caça e comercialização destes animais foram proibidas.
Na região, tem-se a oportunidade de conhecer o índio Vicente, que vive solitariamente, às margens do Rio São Lourenço, e é considerado o último índio que ainda fala a língua guató. Há também a possibilidade de visitar o morro Caracará com suas pinturas rupestres.
Os únicos meios de acesso à região da Serra do Amolar são via aérea ou fluvial.