O Pantanal, localizado na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, é reconhecido como a maior planície inundável do mundo, situando-se no coração da América do Sul. Esse bioma abrange uma extensa área que se estende por boa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil, além de se conectar com a Bolívia e o Paraguai. Com seus mais de 150 mil km², o Pantanal se estabelece como um elo de ligação entre a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica, e também se conecta com o bosque seco, conhecido como Chaco, nos países vizinhos.
A vida nessa região é profundamente influenciada pelos ciclos de inundação e seca que ocorrem devido às águas provenientes do planalto. A combinação de uma grande quantidade de água e altas temperaturas propicia uma notável produtividade biológica nessa vasta paisagem natural, que se transforma em sincronia com o ritmo das águas. No entanto, as enchentes periódicas tornam-se um fator limitante para uma ocupação humana intensa, exceto em fazendas, um cenário que se estabeleceu nos últimos 300 anos.
As propriedades privadas ocupam aproximadamente 95% das terras do Pantanal, e cerca de 80% delas são destinadas à atividade pecuária. Esse fato demonstra que o ser humano aprendeu a conviver harmoniosamente com a natureza, adaptando-se aos desafios impostos por ela. Essa coexistência evoluiu em um bioma que mantém mais de 80% de sua cobertura vegetal nativa.
O Pantanal serve como refúgio para espécies silvestres ameaçadas de extinção, como a onça-pintada, a arara-azul e a ariranha. Além da diversidade de fauna e flora, que atrai turistas de todo o mundo, existe uma rica cultura adaptada aos ambientes aquáticos, representada pelas fazendas de gado, pupulações ribeirinhas e indígenas Guatós. Toda essa diversidade ambiental e cultural torna o Pantanal um lugar único, um patrimônio natural, histórico e cultural da humanidade, que merece ser conhecido, valorizado, reconhecido e preservado por todos.
A região do Alto Pantanal, localizada entre as cidades de Corumbá, Poconé e Cáceres, representa a maior área de conservação desse bioma, com cerca de um milhão de hectares de terras públicas e privadas dedicadas à proteção da natureza. Esse conjunto resulta nos melhores atrativos naturais e culturais do Pantanal, criando um destino de ecoturismo internacional que oferece oportunidades de desenvolvimento, emprego e alegria para os moradores locais.
As diferentes topografias são responsáveis por uma grande diversidade de paisagens dentro do Alto Pantanal, marcados principalmente pelo tipo de solo existente e pelo nível de inundação.
Serra do Amolar: A cadeia montanhosa cria a paisagem mais espetacular da região, onde os altos picos contrastam com os grandes corpos de água. Contínua com a Bolívia, essa serra contém bosques secos de influência do Chaco e Chiquitana, biomas do país vizinho. É o melhor lugar para observar o raro macaco zogue-zogue e representa um bom habitat para a onça-parda e o tatu-canastra.
Cordilheiras: São faixas de terras mais altas do que o terreno, cobertas de vegetação de Cerrado, que servem de abrigo para os animais no período das cheias. Nelas, é possível ver o raro lobo guará, a harpía e a arara-azul em abundância.
Mata ciliar: São florestas nativas que crescem nas margens dos rios, pouco mais altas do que as áreas de campo inundáveis que a cercam. Nesse tipo de cobertura vegetal, há grandes chances de avistar a onça-pintada, a anta e a queixada.
Campos inundáveis: Essas planícies contêm vegetação que pode ficar inundada por mais de 270 dias por ano. São uma combinação de paisagens florestais e áreas de pastagens abertas. Habitat para o cervo-do-pantanal, capivara e tamanduá-bandeira, e também pode ser usado para cavalgadas ou passeios em 4X4.
Corixos, baías e lagoas: Apesar de ficarem secos uma parte do ano, os corixos são canais que conectam as águas de vastas baías e lagoas aos rios. Essas últimas, ocupam milhares de hectares, revelando verdadeiros espelhos d'água. Várias delas são compartilhadas com a Bolívia, como o legendário Mar de Xaraés, onde os indígenas resistiram à ocupação europeia por séculos. Essas grandes massas de água são berçários para os peixes da região.
Rios: O rio Paraguai e seus tributários são artérias que dão vida à região e servem como principais meios de transporte. Nesses rios se desenvolve a pesca esportiva e a observação de fauna. Já nas áreas de águas mais limpas, como o Taquari, pode-se praticar a flutuação e o mergulho. Aqui, estão a ariranha, a lontra e os inúmeros jacarés.
Muito antes da colonização europeia, já existiam populações indígenas no Pantanal. O rico acervo de inscrições rupestres está nos sítios arqueológicos da região. Às margens do rio Paraguai, estão os Guatós. Sua cultura inclui a pesca artesanal, o extrativismo, o cultivo da terra e o artesanato.
A forte miscigenação deu origem a um mosaico cultural, com características das etnias indígenas, das comunidades ribeirinhas, dos peões de fazenda, de povos dos países vizinhos e até de países europeus e africanos.
A valorização dos costumes está representada também na culinária, cujo prato típico principal é o arroz carreteiro, refeição dos peões de comitivas que transportam gado da planície às terras altas. A receita leva apenas arroz, carne seca e condimentos.
Visitar a área mais conservada do Pantanal é ter uma experiência única de conexão com a natureza. Navegar pelo Mar de Xaraés, mergulhar em águas cristalinas, conhecer a cultura de ribeirinhos, peões e indígenas. Tudo isso é possível, é o melhor lugar do mundo para ver onça-pintada e para avistar a maior população de arara-azul. O destino oferece observação de aves e de fauna, passeio a cavalo, pesca esportiva, visita a comunidades, fazendas, aldeias, cidades históricas, além da culinária local, que reúne uma variedade de peixes de água doce.
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